domingo, 30 de abril de 2017

De braços abertos para a próxima etapa


É tão bom saber que posso engravidar de novo. Mas isso traz ansiedade apesar de ser ansiedade boa e que a qualquer momento passa, no momento em que aparece pode ser difícil de controlar.
Sinto-me como em todas as outras vezes que engravidei. Pensava que por ser a quarta vez que iria ser mais calma. Nada disso. Aprendi que não é por ser a quarta vez que vai ser diferente. Vai ser tudo igual, está a ser tudo igual.
Neste momento estou à espera que venha a menstruação e já começo a ver mais ou menos quando irá calhar o período fértil.
Quero muito engravidar este mês de Maio.
Não quero estar muito ansiosa para não atrapalhar quando formos tentar porque aprendi que as coisas acontecem sem nós contarmos.
É tão fácil falar, mas fazer é outra história.
Agora vai ser diferente mesmo que esteja ansiosa, o que é normal, as coisas vão acontecer. Sei que se falhar este mês virá outro para tentar.
Mas sinto-me tão bem com esta ansiedade. É tão bom voltar a pensar que daqui a nada voltarei a estar grávida.
A ansiedade é tanta que à dois dias sonho que eu e o John temos um filho, fofo e lindo.
Será um sinal? Não sei, só sei que me faz lembrar o quanto é importante este filho.
Vou ter que esperar mais um bocadinho, mais um bocadinho que vai demorar a passar mas que se eu conseguir me abstrair chega na hora certa.
A vida já me mostrou que esperar compensa  mesmo que custe aguentar toda a ansiedade.
Tudo tem a sua recompensa e eu acredito que desta vez vou ter a minha recompensa por ter perdido três sementinhas...

Imagem retirada de: http://www.lifezen.in/blog/healthier-bones-with-calcium-vitamin-d/

sábado, 29 de abril de 2017

Confiança vs receio de engravidar


Com a novidade de já poder voltar a tentar engravidar, ficámos animados e ansiosos.
No entanto e porque é super normal trouxe receios. Ainda só passou três meses que perdemos a nossa 189g. Confesso que o receio atacou mais o John. Eu por incrível que pareça não sinto receio nenhum por voltar a tentar. Pelo contrário, sinto-me confiante como nunca senti depois de abortar.
Se calhar porque desta vez foi feito um estudo à bebé e à placenta e viram que não há problemas genéticos. Porque agora temos respostas concretas e antes apenas suposições.
Não sei se quando tiver o meu positivo continuarei assim confiante. Espero que sim.
Mas voltando ao receio do John foi engraçado. Saímos da consulta no Porto e vinhamos muito felizes e de repente o John vira-se para mim e diz que está com receio. Eu compreendi e acho super normal afinal já foi o treceiro e este foi muito complicado. E claro que só decidimos avançar porque ele se sente preparado.
Mas é normal tudo isto, os medos vão existir mas não podemos deixar que eles nos vençam.
Desta vez é que vai ser, vamos ter uma gravidez traquila e calma. Sem sustos e a viver um dia de cada vez com dúvidas.
Vamos viver sim, um dia de cada vez com muita alegria e felicidade de podermos acompanhar o crescimento da nossa sementinha.
Não vejo a hora de passar este ciclo e voltar a lutar por um positivo.
Toda gente diz que deviamos esperar, que ainda passou pouco tempo. Mas porquê? Porque temos nós que esperar se já nos deram autorização? Um dia teremos que arriscar e é uma forma de ultrapassar esta dor que ainda está dentro de mim.
Estou confiante e preparada. Sei que desta vai ser a vez que vamos viver a gravidez até ao fim sem medo.
Vai ser o nosso sucesso do ano.
Não devemos deixar que os medos comandem a vida. Sei que nem todas as pessoas são positivas e com três abortos só acreditam quando passarem os nove meses sem problemas. Eu sei e respeito mas gostava que não dissessem  isso à minha frente. Apenas por um motivo: não influenciar a minha positividade.
Estou mesmo confiante e não quero perder isso.
Com força para a nova etapa...

Imagem retirada de: https://www.frasesparaface.com.br/sentir-medo-e-normal-diante-de-grandes-decisoes/

sexta-feira, 28 de abril de 2017

A dúvida do médico...


Desde que estou a tentar engravidar fiquei sempre no mesmo médico até agora. Mas algo mudou, e tanto eu como o John decidimos procurar outro.
Ficamos um pouco desiludidos desde a última gravidez. Primeiro era um médico que dizia que estava sempre acessível e depois quando precisávamos tinha o telemóvel sempre desligado. Tirando isso sempre se mostrou preocupado e cuidadoso nas consultas.
Sempre senti confiança com ele e não me via noutro mas...
Um historial como o meu de três abortos acho que a atenção deve ser outra. Pelo menos era assim que eu queria e se eu pagava a consulta devia me dar aquilo que necessitávamos.
Quando tive o segundo aborto foi tudo muito normal, ele aconselhou fazer exames para se excluir alguns problemas que poderiam existir. Até aí tudo muito bom, deixou-me confiante e preparada para avançar para a próxima tentativa. Assim foi, avancei para a minha terceira gravidez infelizmente não começou nada bem, tive descolamento logo às 6-7 semanas. Foi o meu médico que passou a folha a explicar à minha médica de família que devia ficar em casa com gravidez de risco. A minha médica passou e fiquei até passar pelo aborto.
Tudo começou a complicar e a deixar-me irritada quando, sempre que tinha uma consulta, ele nunca se lembrava que estava de gravidez de risco. Isto era algo simples que nenhum médico devia se esquecer. E toda a vez que saia de lá dizia ao John como era possível tal coisa. Mas esquecíamos um pouco pois vinhamos todos contentes ao ver a nossa Lara.
Mas será que sou eu que sou esquisita ou eu tenho mesmo razão?
No meu ponto de vista tenho razão. A última ecografia deixou-me muito desiludida pois foi a ecografia mais curta que tive e a única ecografia que não tive uma "foto" da minha Lara.
Tudo isso começou a mexer comigo no entanto não tive que "aturar" mais isto pois passei pelo aborto.
Fomos lá após isso e ele adiantou a consulta mas...
Ontem fui lá apenas para pedir uma receita dos suplementos. Aproveitámos para explicar tudo o que nos tinham dito, com o intuito de dar uma segunda oportunidade. Pois bem falhou por completo e já marcámos com outra médica.
A conclusão que tirei é que, mesmo que tenha sido aquele médico a seguir a gravidez se não nos sentirmos confiantes devemos procurar outro. Isto porque, tudo isto nos vais deixar instáveis e inseguras, sempre com medos e dúvidas.
Agora vou ver como será a nova médica e se não gostar irei procurar mais até achar a que mais confiança me traz...

Imagem retirada de: http://www.apollonion.com/en/doctors

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Esperar por vezes é bom...


Não dá mesmo para perceber a mente. Cada vez mais se prova que a mente é algo complexo.
Até aqui a minha mente estava focada em um determinado foco bloqueando todos os outros que poderiam surgir. Após o aborto foquei a minha mente que aconteceu mais uma vez mas que não poderia ficar depressiva e negativa. Mesmo se ficasse teria que ter força para voltar ao normal. Canalizei a minha mente para não se focar de como era bom estar grávida, de como era bom procurar coisinhas para ele. Foquei-a para se mentalizar que iria ser um caminho longo e demorado e que nesse tempo teria que ultrapassar todos os obstáculos.
Uns dias mais difíceis mas com força consegui.
Agora é algo diferente. É como a minha mente automaticamente se ligasse para tudo aquilo que fechei.
A partir do momento em que ouvi que podíamos voltar aos treinos tudo voltou, todos os pensamentos proibidos que tinha a uns dias atrás.
Já penso que tenho que marcar uma consulta com o meu médico para lhe informar que irei retomar os treinos. Estou super feliz de pensar que vou voltar a pesquisar coisas para comprar para o meu futuro bebé. Que tudo o que desejo aos poucos vai-se concretizando. Estou ansiosa muito ansiosa. Mas esta ansiedade deixa-me feliz, deixa-me leve e tranquila.
Sei que ainda é cedo mas já estou mais perto daquilo que mais desejo.
Esta vida ensina-me todos os dias que esperar vale a pena...

Imagem retirada de: https://www.psychologies.co.uk/are-you-trading-currency-happiness

terça-feira, 25 de abril de 2017

Quando a vida nos surpreende...


É maravilhoso quando estás à espera das piores notícias, de uma jornada longa e recebes uma óptima notícia.
Foi mesmo isso que me aconteceu. Fui à consulta de genética, fui com a ideia de que me iriam explicar o porquê das más formações e quais os passos depois disso. Fui a contar sair de lá com exames para fazer, os tratamentos que existem, quais os resultados e para que servem. Mas afinal não foi nada disso que tive na consulta. A consulta fez-me sorrir, um sorriso de orelha a orelha, um sorriso que já à muito tempo que não tinha.
Mas Anne o que se passou na consulta?
Na consulta foi nos dada uma resposta positiva e foi-nos dito que o relatório da autópsia não tem nada que diga temos que fazer um estudo genético. Realmente a minha bebé tinha más formações mas o doutor explicou que essas não eram de origem de má genética do pai ou da mãe. Normalmente estas más formações surgem por alguma complicação logo no início da gravidez.
No meu caso foi o grande descolamento no qual me disseram que era um aborto.
O doutor explicou que, com essa movimentação precoce da placenta, as células da bebé baralharam-se criando estas más formações.
Não consigo repetir os nomes técnicos e de forma tão profissional pois tudo tem nomes estranhos e difíceis de serem reproduzidos.
Basicamente o doutor disse que casos como estes apenas acontecem uma vez na mesma mulher. Que podemos voltar a tentar engravidar quando quisermos e sem receios, pois o nosso historial não indica problemas genéticos.
Como ele disse, para um casal jovem que não tem tido problemas a engravidar e que nada indica ter problemas genéticos, temos tido um percurso um pouco atribulado mas que agora irá correr lindamente.
Não consigo descrever a alegria que senti a ouvir estas palavras. Apesar de continuar a achar que a vida por vezes é muito injusta com as pessoas, também sei que ela recompensa por estes momentos maus. Tivemos um azar, pertencemos à percentagem que tem estes azares mas que agora irá conseguir ter aquilo que mais deseja: um filho.
Claro que não vai ser uma gravidez igual às das outras grávidas. Ou seja, apesar de a próxima gravidez ter a probabilidade de ser uma gravidez super normal, terá que ser seguida de forma diferente.
O doutor diz que vai fazer um relatório para nós e para o Hospital onde estamos a ser seguidos, para indicar as precauções que terão que ser tomadas. Ele explicou que a diferença é apenas nas ecografias. Terei que fazer mais ecografias que o normal e num sítio especifico. Essas ecografias serão feitas por um especialista em ver se existem más formações desde cedo. Terei que também fazer electrocardiograma ao coração do bebé. Tanto nesta gravidez como nas próximas.
Tirando isso e como ele nos disse é voltar a tentar, pensar em nomes e não ter medo.
E eu não estou com medo, haverá sempre um receio dentro de nós mas sei que desta será a vez em que terei uma sementinha dentro de mim a crescer e que ao fim de nove meses estará nos nossos braços.
Por vezes temos que esperar para conseguirmos ter boas notícias. Agora vamos avançar para a próxima etapa: voltar aos treinos...

Imagem retirada de: https://www.pinterest.pt/angeljosey/anime-girls-black-white/

domingo, 23 de abril de 2017

Juntos na nova etapa..,


Amanhã irei começar mais uma fase. Amanhã será a consulta de genética.
Ainda estou meia perdida. Apesar no hospital já me ter explicado mais ou menos sinto que será uma surpresa a consulta. Nunca imaginei que precisasse  de algo deste género. Sei que me irão explicar ao pormenor o relatório da autópsia da Lara e da placenta. Será me explicado quais os tratamentos que devo fazer. Mas tudo é uma dúvida pois é sempre diferente do que explicam e depois quando vamos.
Confesso que estou nervosa e ansiosa. Mas é para o bem do meu futuro. E de certo que amanhã virei melhor informada e com uma ideia mais sólida do que será esta jornada.
Uma coisa é certa será uma jornada de luta e aprendizagem. Com toda a certeza iremos aprender muito mais sobre todo este assunto que quase ninguém fala. Iremos ter dias bons e outros piores consoante as respostas que nos irão dar. No entanto eu e o John somos um casal que nunca baixa os braços e luta até ao fim.
Estou ansiosa para amanhã e sei que amanhã será a partida para o nosso futuro...

Imagem retirada de: https://commons.m.wikimedia.org/wiki/File:Another_sunset_together.jpg

Sair da minha caixa protectora




Sinto tanta vontade de estar com a minha sobrinha. Ela é a bebé que mais falta me faz. Mas como já referi anteriormente está a ser tão complicado estar junto dela.
Não sei explicar o porquê disso acontecer se eu gosto mesmo dela. Desconfio que esta minha dificuldade seja por causa de eu achar que a minha vontade não seja apenas para matar saudades. Eu sei que a minha vontade é também para colmatar a minha perda. E na minha cabeça isso não é o mais acertado.
Mas será que isso é mesmo assim? Será que é errado estar com a minha Sophy para colmatar essa mágoa? Eu sei que não é apenas por isso que quero estar com ela, eu realmente sinto saudades. Penso que me iria fazer bem, iria fazer com que esquecesse a dor que tenho e que volta e meia regressa.
Mas quando me sinto decidida a combinar um dia para eu estar com ela perco as forças e desisto. Perco a vontade toda. Mas porquê tem que ser assim? Eu não me posso esconder mais e já estou na altura de começar a lidar com bebés sem ter receios. Mas está a ser muito complicado...
Outro motivo que me impede de visitar a minha Sophy é o facto de ainda não conseguir estar muito tempo sem o John. Eu pensava que, quando comecei a trabalhar tinha diminuído a necessidade de estar com ele. Quando penso que terei que ficar sem ele ou que não o terei ao meu lado se me sentir mais ansiosa desisto de fazer a visita tão desejada.
E aí está um grande problema. Descobri que não consigo ainda estar completamente sem o John. Eu sei que mesmo que ele não esteja comigo que posso ligar a qualquer hora para me sentir mais confiante.
Há tanta coisa que me está a bloquear e que não fazem sentido nenhum. Mas está a ser um processo complicado. Eu tenho consciência que ainda estou muito dependente do John e que isso não me ajuda pois ele não vai poder estar sempre comigo e tenho que começar a ser capaz de enfrentar a ansiedade e receios sozinha. E também sei que não é errado estar com a Sophy para colmatar a minha perda pois não significa que esteja a usá-la. Pelo contrário, ela será uma força e ajuda para ultrapassar tudo isto.
Mas falar é super fácil, fazer está a ser mais complicado. Penso que a melhor solução será enfrentar esse receio. Marcar a visita e não voltar atrás. Se eu me considero uma guerreira terei que agir como tal correcto?
Tenho que ser guerreira até ao fim...

Imagem retirada de: http://penochaocabecafeita.blogspot.pt/2013/05/por-receio-de-sofrer-homens-realizam.html?m=1

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Uma luta a dois...


Chegou o dia que ansiava, o dia da consulta que me daria as respostas que necessito.
Quando pensamos que estamos prontos para ouvir tudo, que já nada nos irá deixar em choque a vida prova que todos os momentos têm sempre algo de novo.
O aborto tinha que ser explicado e apesar de já me terem dito eu precisava de provas se não iria continuar na dúvida. Sempre me dizeram que a Natureza sabe quando algo não está bem. E realmente é verdade.
A autópsia que realizaram à minha Lara mostrou que ela realmente era uma menina e que tinha algumas más formações em alguns órgãos. Custa muito ouvir que a nossa bebé não era perfeita, não consigo explicar o que se sente nesse momento. Apesar de estar à espera dessa notícia não foi algo agradável de ouvir.
Em relação à placenta, esta não correspondia ao tempo de gravidez, ou seja, tinha parado de se desenvolver.
O que irá acontecer agora? Foi me aconselhado ter consulta de genética para se estudar ao pormenor a parte genética do John e a minha para ver se há algum problema.
O que o médico me disse? Disse que tirando as más formações e a paragem de desenvolvimento da placenta, tudo o resto estava em ordem e que não era algo que me impediria de voltar a tentar. Como é óbvio o meu médico não aconselhou tentar sem perceber se existe algum problema ou se foi apenas um azar.
Agora é esperar pela consulta e esperar para ter respostas da segunda fase.
Eu e o John subimos mais um degrau e aos poucos, de degrau a degrau, iremos chegar ao nosso objectivo.
Juntos somos mais fortes...

Imagem retirada de: http://m.lovethispic.com/image/83995/together-we-win

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A minha mente é...


Antes de começar a tentar engravidar sempre desejei ser mãe e o meu maior medo era não conseguir sê - lo. Sempre adiei pois achava sempre que ainda era nova e que dava tempo para isso. Achava sempre que ainda não era o momento certo.
Decidi começar a tentar engravidar e sempre pensei que seria fácil e que tudo iria correr bem. Quando esperamos que tudo seja bom e maravilhoso mais difícil se torna aceitar e ultrapassar algo que corra mal. Foi o que me aconteceu. Todos os abortos foram um choque e muito complicados de suportar. Uma mulher já é sensível e frágil, quando tem que passar por algo assim doloroso torna-se numa boneca de porcelana. Eu tornei-me assim, apesar de demonstrar que sou uma mulher forte por dentro sou uma bonequinha de porcelana que se pode partir facilmente.
E a minha mente é frágil e instável. Inicialmente pensava muito do porquê de me ter acontecido a mim, senti-me uma fraca mulher por não conseguir, senti-me culpada por não conseguir aguentar as minhas sementinhas dentro de mim. E todos estes pensamentos ficaram por muito tempo. Agora já aceito tudo isso apesar de achar que é algo injusto mas, tive que aceitar.
E agora, a tua mente pensa em quê Anne?
Bem agora a minha mente foca-se muito em ter respostas para tudo que se passou comigo, foca-se no tempo que ainda tenho que esperar para voltar a tentar. Por vezes leva-me para o passado e faz-me pensar de que já podia ter um bebé ou de ainda estar grávida. Esses pensamentos são os mais difíceis de aguentar. E não me deixam sentir confortável com bebés. Tirando isso, penso muito de como desejo ser mamã, de como vai ser tão bom voltar a viver uma gravidez. De como vou querer aproveitar cada minuto que a sementinha estiver dentro de mim. Penso no amor que tenho para dar quando sair e vier para os meus braços. Fico ansiosa para poder fazer tudo aquilo que já tinha começado mas fui obrigada a adiar. As compras que faltam, de como quero decorar o quarto, o nome, quem poderia ser padrinho e madrinha. Ah! Penso em tantas coisas.
Mas só pensas nisso?
Claro que não. Eu penso também de como quero aproveitar a minha vida, penso do que tenho que mudar para conseguir aquilo que desejo. Mas vou confessar que penso muito mais no que toca à gravidez, não consigo evitar.
Por vezes sinto-me a única mulher a pensar isto mas lá no fundo sei que vocês também têm pensamentos semelhantes. O importante é vermos as coisas boas da vida e saber controlar a ansiedade.
Este é o resumo da minha mente diariamente...

Imagem retirada de: https://m.youtube.com/watch?v=vmaxAMD6GL4

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Fiquei distante...


Uma das coisas que procuramos para a nossa vida é a paz, a felicidade e o bem-estar. Procuramos também o apoio e o calor dos nossos amigos e família. Tudo isso é sinal que estaremos felizes e preparados para nos realizarmos. Bem, realmente eu procuro tudo isso, procuro o apoio e o calor dos meus, procuro o respeito, a compreensão. Já não procuro a paz e o bem-estar pois isso é um desejo e eu já sei onde está o meu refúgio para tudo isso.
Nesta fase da minha vida paz é o que necessito, os problemas vão surgindo e nós vamos ultrapassando, mas a paz temos que ser nós a manter.
Infelizmente a vida tem me mostrado tanta coisa e tudo que acontece torna-me uma pessoa diferente. Mas a vida não é culpada de tudo, há pessoas que ajudam a mudar-nos, que nos tiram a nossa paz com vontade ou sem vontade.
Sempre dei muita importância à família. Sempre pensei que apesar de tudo temos que deixar passar pois são a nossa família. Sempre fui e serei uma pessoa disposta a dar o braço, o meu ombro e disposta a ouvir os outros. Mesmo tendo problemas, mesmo estando num mau dia, eu consigo ajudar pois temos que ser para os outros o que esperamos que eles sejam para nós.
E até pouco tempo eu era assim, mas comecei a tornar-me mais fria e distante. Se gosto? Não, preferia ser como era e ser mais presente na vida da minha família. Mas porque tem que ser assim? Simplesmente porque o meu saco de paciência e tolerância encheu. Todas as pessoas o têm, umas têm o saco maior, outras mais pequeno. Eu não gosto de ser assim mas esforcei-me tanto para correr tudo bem e para me tentarem compreender mas quando não vemos esforço da outra parte perdemos toda a vontade.
Infelizmente não respeitam a minha maneira de estar e ser, são a típica família que gostam de opinar sobre aquilo que não devem, gostam de pressionar as pessoas para ser tudo como eles querem. Não se preocupam se isso é confortável ou não para mim. Não querem saber se eu quero ou não. Apesar de já ter tentando mostrar o meu ponto de vista não há volta a fazer. E por isso hoje sou assim...

Imagem retirada de: http://livingthedreams.blogs.sapo.pt/25637.html

terça-feira, 18 de abril de 2017

Pensamentos e ansiedade


A ansiedade é algo que deviamos conseguir controlar mas nem sempre temos força. Há momentos em que me sinto calma e serena à espera do dia seguinte, aproveitando o presente. Mas há outros dias que não consigo, a minha mente viaja a uma velocidade que não dá para acompanhar.
Depois deixa-me pensativa e deixa-me com medo. Tenho medo de estar avançar ou pensar demais.
Ultimamente tenho tentado fugir aos pensamentos que englobam a gravidez. Eu só quero pensar em compras, em ideias para quartos, nas roupinhas, etc quando realmente estiver grávida mas para mim, que já passei por três gravidezes, é difícil porque vem a ansiedade daquilo que mais quero e essa ansiedade é causada porque sou obrigada a esperar.
Será que ainda é cedo imaginar a futura gravidez? Eu sei que sim porque só me vai aumentar a ansiedade mas também é muito difícil abstrair de todos esses pensamentos. É inevitável não pensar no meu maior desejo.
Será que me vai fazer mal continuar a pensar em tudo isto?
Não sei mas também já não consigo arranjar formas de me abstrair por isso vou arriscar e quando tudo isso vier à minha mente não irei fugir. Sei que me vai aumentar a ansiedade mas também me vai animar para o futuro.
O importante é também começar a deixar de ter medo. Os medos não podem comandar a nossa vida, eles não nos deixam viver a nossa vida. Temos que enfrentar e conseguir lidar com as dificuldades à medida que surgem. É isso que farei quando pensar no momento de estar grávida e na altura irei saber como controlar a minha ansiedade...

Imagem retirada de: https://www.google.pt/amp/www.womenshealthmag.com/sex-and-love/dreams-about-your-ex%3Famp

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Um dia iremos nos encontrar


Não te consigo esquecer. É impossível e impensável o fazer. Mas há momentos  que tenho curiosidade em saber como és, tenho vontade de te conhecer. O que aconteceu tirou-me essa possibilidade. Eu já aceitei que te perdi, que não vou poder te ver e conhecer mas sei que um dia irei poder fazer tudo o que tenho vontade de fazer agora.
Não sabia que o amor nascia assim tão cedo. Mesmo não te ter tido nos meus braços amei-te cada minuto e agora ainda te amo. Amo-te profundamente, é tão forte como se tu  estivesses aqui.
Será normal tudo isto? Te amar sem te abraçar, sem te beijar? Será que todos os sentimentos e vontades que tenho são normais? Eu tenho a certeza que sim, és um bocadinho de cada um de nós. Foste desejada e amada até ao último minuto. Porque o amor cresceu a partir do momento que soubemos que estavas dentro de mim.
Ensinas-te a amar-te e eu aprendi facilmente porque tu eras fácil de amar. Em todas as ecografias tu mostravas como estavas feliz, como tinhas garra e energia. E todos esses momentos serviam para te começarmos a conhecer e fizeste com que o nosso amor por ti fosse crescendo.
Sei que estás num lugar bonito e agradável. Sei que olhas por mim e pelo teu pai. Sei que sabes tudo o que sentimos por ti e como és importante para nós. E espero que já tenhas conhecido a minha avó Maria porque vais adorar.
Sinto saudades vossas, sinto saudades tuas 189g.
Espera por nós pois um dia iremos estar todos juntos, mesmo que demore, esse dia vai chegar.
És e serás sempre o nosso orgulho, o amor que existe não vai desaparecer.
Por isso até já minha Lara e mais uma vez obrigada por tudo o que nos ensinas-te e por tudo o que nos des-te...

Imagem retirada de: https://www.pexels.com/search/love/

domingo, 16 de abril de 2017

Sermos nós próprios


Apercebi-me que à medida que crescemos, que vivemos, a nossa personalidade e perspectiva de vida muda.
Começamos a moldarmo-nos a cada situação, começamos a arranjar escudos de protecção e principalmente começamos a definir prioridades.
Eu mudei muito nestes últimos anos. Era uma pessoa que dizia tudo quando achava que estava a ser injustiçada. Era uma pessoa que achava importante ter muitos amigos. Achava importante a família independentemente do que faziam ou falavam. Era uma pessoa que achava que conseguia agradar toda a gente.
Mas depois comecei a trabalhar, mudei de cidade, tomei as minhas decisões e notei com quem podia contar. Apercebi-me que o importante não é o número de amigos que tens mas sim a qualidade das pessoas. Neste momento prefiro ter poucos mas bons do que muitos e falsos.
Tornei-me uma pessoa mais fechada e reservada. Com definições de amizade e família diferentes de à 10 anos atrás.
Família são aqueles que te apoiam e estão contigo sempre que necessitas e aceitam-te como és e aceitam as tuas escolhas. E amigos são todos aqueles que te apoiam mesmo que estejam longe.
Não precisamos de estar constantemente em convívios para demonstrar que temos amigos pois amizade não se mostra vive-se. E para se viver tem que ser com as pessoas certas. O mesmo se aplica à família. Não necessitamos de estar constantemente com as pessoas para provar algo que não deve ser provado mas sim demonstrado.
Tudo isto porque há pessoas que não entendem a minha forma de encarar as coisas.
Não consigo nem quero deixar de ser assim por nada nem por ninguém. Eu aceito todas as pessoas importantes na minha vida como são, e só posso pedir o mesmo. Porque aprendi que não devemos mudar o que somos apenas por causa de alguém pois esse alguém pode nos desiludir. Temos que seguir o nosso instinto para mais tarde não nos arrependermos.
Mesmo que se sintam diferentes não é importante, o importante é sentir que estão a ser aquilo que querem ser.
Eu sinto-me diferente mas sou feliz com todas as escolhas que fiz...

Imagem retirada de: http://www.quotepix.com/m/

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Saber quando devemos partilhar


Estes dias foi o dia dos irmãos e do beijo. E o facebook foi invadido por mensagens para os irmãos e por fotos de beijos.
Não condeno as pessoas que o fazem pois vivemos num país onde existe liberdade e cada um é livre de fazer o que quiser desde que não meta em causa os outros.
Mas eu não percebo a necessidade de tais coisas. É só naquele dia que se lembram de dizer ao irmão ou irmã que gostam muito deles? É só naquele dia que se partilha beijos?
Não percebo mesmo a necessidade de partilhar tudo com as outras pessoas e por vezes com pessoas que nem falam pessoalmente. Antigamente não se falava destes dias e nós demonstrávamos o nosso amor e carinho com os nossos irmãos, sem nos preocuparmos se os outros viam ou não. Todos os dias damos beijinhos ao nosso companheiro, aos nossos amigos e à nossa família. Então porque só naquele dia se partilha fotos dos beijos?
Acho que as pessoas se esqueceram de como se vive a vida sem estarem preocupadas de mostrar aos outros.
As pessoas têm que se lembrar que todos os dias são dias de alguma coisa e que nem tudo se deve partilhar com toda a gente. Há coisas que só se deve partilhar com a pessoa em causa.
Temos que esquecer um pouco que existe internet e viver a realidade.
Para mim essas pessoas necessitam primeiro da aprovação dos outros para depois se sentirem bem com a sua vida. E gostava que essas pessoas percebessem que devemos ser nós a aceitar os rumos que escolhemos e que a opinião dos outros só é importante quando solicitada. Devemos fazer o que achamos certo e o que nos faz feliz...

Imagem retirada de: https://br.pinterest.com/explore/cita%C3%A7%C3%B5es-de-privacidade/

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Almoço ou jantar em família


A um tempo para cá dei-me conta de como sou um pouco diferente do resto da minha família e até mesmo da maioria das pessoas.
Toda gente gosta de fazer um almoço com a família ou mesmo com amigos. Gostam de reunir toda gente e passar um bom bocado.
Eu já sou diferente, sou uma pessoa que gosta do seu eapaço e gosta de tranquilidade.
Sim eu gosto de estar com a minha família e amigos mas não gosto de ajuntamentos. Gosto de ir visitar os meus pais, o meu irmão e sobrinha, os meus tios e avô. Mas cada um no seu dia.
Uma das razões é que quando era nova e havia almoços de família havia sempre gozos e eu ficava sempre esquecida e por isso perdi o gosto. E outra razão é por causa da aceitação do John. Isto é, o John nunca foi muito aceite e desde que apanhou alergias alimentares pior. Compreendo que ninguém queira ter trabalho em fazer algo diferente para apenas uma pessoa. Mas se realmente querem a nossa companhia era o mínimo. Eu tenho esse cuidado, tenho o cuidado de saber o que gostam, o que podem comer. Isto porque quando convido é porque quero muito a companhia das pessoas e por isso tenho que as fazer sentir bem.
Não posso fazer com que as outras pessoas pensem da mesma maneira mas isso faz com que perca vontade de estar em almoços ou jantares.
Confesso que isso me faz sentir apenas uma conhecida na minha própria família...

Imagem retirada de: https://allevents.in/san%20pedro%20pinula/convivio-familiar/855981714519928

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A conquista do outro amor


Quando se fala em sogros todas as pessoas associam a algo mau ou chato. É certo que por vezes não é fácil mas, como tudo na vida, temos que aceitar o que temos.
Eu estou com o John vai fazer 12 anos, apesar de eu ser casada com ele e não com os pais no fundo eu tive que os conquistar. Inicialmente foi por sermos menores e eu passar muito tempo em casa deles, por isso, teria que os conquistar para passarmos um tempo agradável entre todos e segundo porque são os pais do meu marido.
Eu gosto de me dar bem com todos e queria que me aceitassem como a mulher ideal para o filho. Ao início não estava a ser fácil principalmente com a minha sogra. O John é filho único e a minha sogra era aquela mãe que não aceitava que o filho fosse independente, que já não precisasse dela. Mas com calma e dedicação conquistei-a e agora são como uns pais para mim e eu como uma filha e acreditem que é como tal que me tratam.
Temos os nossos feitios mas conseguimos viver com isso. Todos temos defeitos e temos que aceitar para conseguirmos conviver todos.
Temos que dizer quando não gostamos de algo principalmente a parte de se meterem nas nossas decisões. É normal se preocuparem, sei que não é por mal mas desde que saibamos demonstrar o que não achamos bem e de que somos adultos capazes de tomar decisões responsáveis tudo corre bem.
Há dias bons outros piores mas tudo se resolve no momento.
Isto tudo para dizer e partilhar que por vezes não é assim tão mau. Não digo que consigam todas ter uma relação destas com os vossos sogros mas há uma percentagem que consegue conquistar os pais do companheiro/companheira. Espero que ainda seja uma percentagem grande pois é essencial conseguir manter uma boa relação com toda a família. Não necessitamos de fazer todas as vontades, de estar todos os dias mas necessitamos de partilhar amor e carinho para tornar a companhia agradável.
Eu tenho sorte com os meus sogros e tenho que agradecer por isso.

Imagem retirada de: https://www.flickr.com/photos/nachscratch/4106028357

terça-feira, 11 de abril de 2017

Amizade...


Amizade é a essência de tudo. Para haver amor tem que haver amizade e vice versa. E amizade é algo que hoje em dia não se consegue ver se é verdadeira ou não.
Há amizades que duram ao longo dos anos mesmo que não estejam sempre juntas, mesmo que fiquem muito tempo sem se verem. Essas amizades são as verdadeiras, são essas que nos fazem perceber que iremos ter sempre essa pessoa ao nosso lado.
Felizmente eu tenho essa, tenho uma amiga que sempre que preciso está lá para me ouvir e me apoiar. Não estou mais vezes com ela, não porque não quero mas sim porque as rotinas por vezes não permitem. Mas não é por isso que me esqueço dos momentos que passámos, do apoio que ela me dá. E ela sabe que também pode contar comigo para tudo.
Mas amizade verdadeira é mesmo isso, é uma amizade que não é necessário estar perto para apoiar ou falar. Sou grata por ter poucos mas bons amigos, não necessito de ter muitos amigos, necessito sim de ter os amigos certos.
Eu conto pelos dedos das mãos quantos amigos tenho e sei que posso contar. Mas não me importo pois mais vale poucos mas bons do que muitos e maus.
É bom ainda termos amigos assim, mesmo distantes dão-nos o apoio que precisamos.
Obrigada "Velhota"...

Imagem retirada de: http://www.frasesdobem.com.br/frases-de-amizade

segunda-feira, 10 de abril de 2017

O tempo controla-me


Mais um ciclo após o aborto. Isto parece tudo igual, parece que me repito sempre. Mas tudo isto é o que vai na minha mente.
A menstruação tem sido algo muito difícil pois mexe comigo psicologicamente. E é um momento difícil de controlar.
Sinto que estou melhor que no primeiro. Desta vez não pensei que se estivesse grávida não estaria assim, não estou  sempre a pensar no porquê de ter acontecido comigo.
No entanto, e porque nunca é fácil para mim, desta vez a questão é o tempo. Fico muito ansiosa de puder voltar aos treinos e penso essencialmente que o tempo não avança.
Apesar de tudo, de já estar a avançar, de já ter consulta marcada é me difícil aceitar o tempo de espera.
E toda esta ansiedade faz-me pensar no que se irá passar na consulta, o que iremos fazer depois da consulta e principalmente quando vou puder voltar a tentar.
Ai mas porquê? Porque na menstruação temos que ficar mais frágeis psicologicamente? Fico com alguma dificuldade em me conseguir abstrair das coisas.
Mas tenho que conseguir, o que é certo é que neste momento o tempo é o meu grande inimigo.
Tenho que respeitar que o tempo tem a sua velocidade e que não posso avançá-lo...

Imagem retirada de: https://www.theodysseyonline.com/open-letter-time-2016

domingo, 9 de abril de 2017

Amar um animal de estimação


Ter um animal de estimação não é para todas as pessoas. Ter um animal de estimação é para as pessoas que sabem amar qualquer tipo de ser vivo, consegue partilhar carinho e amor.
Os animais também sentem e merecem tudo de bom que, nós humanos, partilhamos entre nós.
Eu sempre tive cães e sempre os amei como se de uma pessoa se tratasse. Eu tenho agora o Suricata e não tenho vergonha de admitir que o amo, que já não me imagino sem ele e que o trato como se fosse humano.
E assim é sermos humanos pois conseguimos partilhar amor com todos.
Eu trato do meu Suricata todos os dias, tenho cuidado com ele, e sou uma dona super galinha.
Preocupo-me se ele está bem, dou todos os dias carinho e todos os dias brinco com ele. E tudo isto compensa pois ele retribui todo o amor que eu e o John lhe damos. Ele fica contente quando chegamos a casa, fica triste quando saímos, dá muitos beijinhos quando acordamos ou quando chegamos. Preocupasse connosco, sabe quando não estamos bem.
Quando eu fui para o hospital o John disse que o Suricata ficou a noite toda a olhar para a porta, e no dia seguinte chorou quando me viu e deu-me muitos beijos como nunca tinha feito.
E ainda dizem que são apenas animais? São apenas cães? Não são apenas animais, são seres que têm sentimentos e nós temos que ser capazes de amá-los.
O Suricata mostrou-me que estou preparada para ter um filho. E ele é um elemento muito importante na minha família.
Eu amo o meu cão e não tenho vergonha...


Imagem retirada de: https://kassi13.wordpress.com/we-love-pets/

sábado, 8 de abril de 2017

O início da nova etapa...


Começo a sentir ar fresco a entrar na minha vida. Aos poucos tudo começa a entrar no caminho certo, tudo se torna mais leve e melhor de suportar.
Tenho sentido bastante ansiedade para saber o que se passou, o que se vai passar e voltar aos treinos.
Sinto necessidade de perceber tudo o que aconteceu, eu e o John merecemos isso.
Notei que, a partir do momento em que aceitamos as coisas como elas são, aceitamos o que nos acontece e aceitamos que o tempo não nos traz nada nem ninguém de volta, tudo começa a parecer mais fácil.
Esta semana tive essa prova. A partir do momento em que aceitei todos os acontecimentos  duros que já enfrentei este ano tudo começou a andar.
Mas Anne o que se passou? Recebi a carta para ir à consulta de apoio à fertilidade. Era tudo que eu queria neste momento. E sabem uma coisa? É já este mês de Abril...
Não sei como vai ser, o que me vão dizer ou mandar fazer mas pelo menos já vou à consulta, não vou ter que esperar até Julho.
Agora estou ansiosa para chegar o dia mas já é uma ansiedade boa.
Quero partilhar com vocês aquilo que vi e senti: depois de algo de mal acontecer algo de bom virá depois e por isso é tão importante nunca desistir...

Imagem retirada de: http://kingofwallpapers.com/fresh-air.html

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Sinto-me mais perto de ti...


Hoje fui te ver passadas três semanas. Desejava que tivesse sido diferente para estar mais tempo a falar contigo mas a coisa boa de teres partido é que posso falar contigo sempre que desejar.
Fui ver como estavas ou melhor como estava o teu lugar. Pude cuidar de ti, limpar as flores que estavam a tirar a beleza que mereces. Dentro das minhas possibilidades deixei o teu lugar alegre, limpo e com cor. Tu mereces, mereces ter tudo perfeito. Deixei-te um arranjo com três rosas brancas para simbolizar a paz que desejo que tenhas.
Não é a mesma coisa que te sentir, te ouvir e te ver. No entanto é assim que me sinto mais perto de ti. Apesar de saber que te posso sentir sempre que quiser, basta pensar em ti.
Mas ali foi o último lugar que te vi e por isso tem outro significado.
Sinto a tua falta mas sei que estás feliz, estás ao lado dos teus pais e da tua irmã. Estás ao nosso lado sempre que precisamos.
Irei sempre te lembrar com alegria e irei sempre falar contigo pois agora tenho o privilégio de te ter ao meu lado sempre.
Até à próxima visita avó!
E tu? Tu visita-me sempre que quiseres irei te dar sempre o meu sorriso...

Amo-te minha avó Maria

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Agora entendi o amor de tia


Há algo que me deixa confusa e volta um dos meus grandes problemas: pensar muito antes de fazer alguma coisa.
Aos poucos estou a tentar mudar isso mas é um processo que requer tempo. E durante esse tempo há certas situações que não consigo evitar.
A que me está a fazer muita confusão é a vontade que tenho de estar com a minha sobrinha e não estar a conseguir.
A minha sobrinha é a menina mais fofa e reguila que possa haver. Foi ela que me deu forças para seguir em frente após os abortos. Mas tenho medo que toda a minha vontade seja apenas para ocupar o espaço que está vazio. Mas será a realidade? Será mesmo isso que pensas Anne?
É certo que tenho necessidade de estar com bebés para sentir o quão bom é tê-los na nossa vida e para não me esquecer o quanto desejo ter a minha. Mas isso é maior que o amor de tia?
Estou a tentar me mentalizar que tudo está interligado. Isto é, eu tenho saudades da minha pequenota e sinto-me muito bem com ela, é o chamado amor de tia. E com isso vem a parte de ocupar aquela falta que tenho de ter alguém tão novo na minha vida para cuidar e partilhar momentos. Mas nada disso significa que esteja a ser injusta ou a usar alguém para me fazer esquecer de tudo o que se passou.
Tudo na vida está interligado e esta é uma dela. A minha Sophy faz-me bem e é claro que me faz esquecer tudo o que se passou e faz-me perceber que nasci para ser mãe e isso é a vida: existem pessoas que nos ajudam a ultrapassar os maus momentos que passamos, independentemente da idade...

Imagem retirada de: http://tixaridades.blogspot.pt/2016/01/ser-tia.html?m=1

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Saudade mas saudável


Nunca me arrependo das decisões que tomo pois são as minhas vontades naquele momento. Prefiro fazer mesmo que mais tarde note que não tivesse sido o mais acertado do que não fazer e viver sempre com a ideia de "se tivesse feito teria sido diferente".
Já tive emigrada com o John na Suíça. Regressámos à três anos e não me arrependo pois tudo é uma aprendizagem. Não tive aquilo que estava à espera mas aprendi mais sobre a vida.
Mas sim sinto saudades do que tinha lá. Saudades da total independência que tinhamos. Isto é, quando estamos perto de família mesmo que sejamos independentes, a família metesse sempre mais do que devia. Para mim isso é um ponto negativo que já foi discutido mas não compreendido. E na Suíça tínhamos essa independência. Sinto também muita saudade dos nossos tios que lá estão.
Eles são as as pessoas mais queridas e espectaculares que podemos ter ao nosso lado. Sempre respeitaram o nosso espaço e isso era maravilhoso pois dava para partilhar momentos divertidos juntos. Fazíamos muitos jantares que eram sempre passados a rir.
E sinto saudades disso. Gostava poder ter isso de volta.
Mas o futuro é algo que desconhecemos e que tudo pode acontecer certo?
Como já disse a mente é algo que não controlamos principalmente quando temos algum choque pois faz-nos pensar e relembrar os bons momentos que já passamos a algum tempo. Faz-nos rever o que queremos para o nosso futuro e essencialmente traz-nos aquelas saudades boas...

terça-feira, 4 de abril de 2017

Emoções vs vida sexual


Tudo o que vem após um aborto não são apenas sentimentos que nos deixam mais tristes ou embaixo. Traz outras coisas que não queremos aceitar e admitir mas elas existem.
Refiro-me ao nosso apetite sexual.
Tenho e sinto vontade e desejo pelo meu John mas por vezes quando chega a hora de avançar perco todo o interesse não pelo meu marido mas sim pelo acto em si.
Não queria admitir mas isto pode acontecer e acontece.
Nós ficamos mais frágeis que o nosso psicológico apenas se foca  numa coisa e bloqueamos para o resto. E para além disso temos o quotidiano que é cansativo e stressante.
Eu tive um tempo assim e falhei como mulher com o John nesse aspecto. O principal já fiz: admiti que por vezes não tenho apetite sexual. E uma relação tem que ter sexo pois faz parte, apimenta e mantém uma relação acesa.
Aos poucos estou a tentar mudar isso e mesmo quando perco o apetite tento me focar na vontade que sinto e isso tem que ser mais forte.
Não nos podemos esquecer do resto da vida e do que é necessário fazer para manter e melhorar uma relação.
Não concordo que o sexo é o principal da relação porque para mim o importante é conviver e partilhar momentos. Mas temos que admitir que o sexo faz parte e necessitamos.
Penso também que se quero ter filhos como vou fazer? Vou só ter relações sexuais nessa altura? Claro que não! Não pode ser é incorrecto e uma coisa negativa.
Então tenho que aos poucos aumentar o meu apetite para quando chegar o momento as coisas sairem mais naturalmente...

Imagem retirada de: http://www.dicasdemulher.com.br/falta-de-desejo-sexual/

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Aprender a relaxar...


Tenho tentado descobrir razões para todo o reboliço de sentimentos.
Tenho que tentar perceber o que realmente se passa comigo para depois me focar e melhorar o meu quotidiano.
Sei que me sinto desconfortável com grávidas. Mas isso eu sei a razão. Isso acontece porque apesar de aceitar o que se passou eu não irei esquecer nunca. Por isso e também pelo tempo que ainda tenho que esperar.
O meu outro problema é que após a morte da minha avó as minhas preocupações monetárias voltaram. Não tenho razão para isso e por esse motivo tem me chateado imenso. Eu prometi a mim mesma que iria viver a vida sem dar muito peso às situações normais dela. A um tempo para cá voltou tudo em peso e a minha cabeça só pensa nos "ses' da vida. E se fico sem dinheiro, e se não conseguirmos nos sustentar aos três, etc.
Eu sei que quando tivermos o nosso mais que tudo o John vai trabalhar sem qualquer problema pois ele é assim lutador e sem medos. Mas neste momento não tenho razão para estar a pensar nisso.
Então resolvi falar com o John e ele mostrou-me um lado de mim que eu desconhecia e que depois fez sentido. O meu problema é que sou muito controladora. Eu sabia que o era mas não tanto como sou.
Eu sou uma pessoa que gosta de ter tudo controlado e planeado. E para mim tem que se seguir tudo e quando algo fica fora do plano eu stresso e esse é o grande problema.
Nós não podemos controlar tudo. E se tivermos uma vontade excessiva de o fazer só nos faz mal.
Descobri que isso me estava a influenciar negativamente e essa é uma das razões de eu por vezes me sentir esgotada psicologicamente.
O passo seguinte é trabalhar para deixar de ser tão controladora e saber relaxar mais na vida pois foi isso que as minhas 189g me ensinou...

Imagem retirada de: https://www.fotolia.com/tag/relax

domingo, 2 de abril de 2017

O meu anjo da guarda...


Tudo na vida acontece e tudo tem explicação mas existem coisas que demoramos a conseguir perceber.
Esta semana voltei a falar de tudo o que se passou comigo pois uma colega de trabalho perguntou ao certo o que se tinha passado.
Confesso que já não me lembrava de custar tanto em falar sobre isso. Custou muito, como se tivesse acontecido ontem. Os meus olhos brilharam e não chorei mas não sei como.
Isto tudo para partilhar que nesse momento em que falava sobre o aborto e quase chorei, senti-me arrepiada até ao momento que parei de falar.
Coincidência? Para mim foi mais que isso. Dizem que quando nos sentimos arrepiadas é algum espírito a passar por nós. E eu acredito que naquele momento eu tive alguém ao meu lado. Quero acreditar que seja a minha querida avó e as minhas 189g fofas.
Teve que ser, foram elas que ali estiveram pois sentia-me reconfortada.
A vida é feita de sonhos e fé, sendo a fé alguma coisa que acreditamos com toda a nossa força e que nos ajuda a vencer cada dia da vida.
Eu acredito que cada pessoa tem um anjinho da guarda para as proteger. Que estão sempre ao lado das pessoas para não as deixar a cair e quando caem ajudar a levantar.
Eu descobri os meus anjos da guarda...

Imagem retirada de: https://www.pinterest.pt/explore/anime-angel/