sexta-feira, 6 de julho de 2018

Chegámos a casa...


Chegou o momento de irmos para casa. A ansiedade é imensa e naquele momento passa-se muita coisa ao mesmo tempo, ouvir todas as recomendações que nos dão e o coração a bater forte por irmos finalmente juntar a família.
Confesso que pensava que seria fácil, que tinha aprendido a maior parte das coisas para ser uma mãe que a Lara necessitava mas na primeira noite apercebi-me que afinal não estava pronta para aquilo. Cheguei a duvidar das minhas capacidades e senti-me a pior mãe do mundo quando tive que pedir ao papá da Lara para ficar às noites com ela para eu conseguir descansar.
O certo, e não utilizando isso como desculpa, eu vinha bastante desgastada da Neonatologia, como disse a minha estadia não foi fácil, nunca dormia em condições porque não conseguia confiar, e isso notou-se quando chegámos a casa.
Mas tirando isso a realidade é mesmo essa nunca estamos preparados para tal mudança pois a mudança tem que ser feita aos poucos. Entre a mudança está a criação de uma rotina. Isto tudo é novo para nós mas para a Lara ainda mais. Desde que nasceu ela estava habituada a apitos, barulho, vozes a falar durante a noite, bebés a chorar. Chega a casa e à noite a única coisa que ouve é o silêncio. Por isso todo este processo é um processo em conjunto. Temos que nos adaptar e criar rotinas que sejam boas para o bebé e para nós. Criar o nosso espaço que tanto desejamos.
Neste processo aprendi a respeitar os gostos da minha filha quando me diziam que não podia ser pois ficava mal habituada. Nada disso, se o bebé gosta temos que o fazer. Se a minha Lara gosta de adormecer no colo não o vou fazer porquê? Isso deixa-a mais relaxada e a mim enche-me o coração. Se ela não gosta da cama dela mas sim da alcofa vou obrigá-la a dormir na cama? Nem pensar nisso, assim nem ela dorme nem nós dormimos. Tudo vai ao seu tempo e as coisas vão se compondo. Cada família adapta-se àquilo que faz um ambiente calmo e relaxado.
Neste momento temos a nossa rotina criada e tudo corre pelo melhor. E agora Anne é tudo bom? Nunca é um mar de rosa sempre, naqueles dias em que ela está rabugenta por tudo e por nada é difícil, o nosso cansaço e a nossa paciência quase se esgota mas depois voltamos a nós e ajudamos a que se acalme.
Nunca é fácil mas com calma e paciência tudo se consegue.
Moral da historia: nunca ninguém está preparada para ter um bebé em casa mas isso não signifique que não somos bons pais e que não amamos os nossos filhos. E é normal perdermos a paciência de vez enquanto e acho que daqui para a frente ainda vai ser pior mas com o tempo vamos aprendendo as coisas...

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