quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A família é...

Sempre me disseram que família eram as pessoas do nosso sangue. Essas pessoas iriam estar e deviam estar sempre disponíveis para ajudar e apoiar. Sempre acreditei que não haveria melhores pessoas para nos proteger e para nós pedirmos ajuda.
No entanto, como cresci e aprendi a ver a vida com outros olhos, apercebi-me que família é algo muito mais complexo e não são apenas as pessoas que são do nosso sangue. Inicialmente, nos primeiros anos das nossas vidas sim, mas com o avançar da idade isso muda.
Vamos alargando a nossa família e muitas vezes apercebemo-nos que nem sempre as pessoas que sempre definimos como família estão no nosso lado.
Apercebi-me que a sociedade é tão imperfeita e nessa sociedade estão incluídas os nossos familiares. Fui vendo que a minha personalidade é tão diferente dessas pessoas que a relação iria ser apenas cordial.
Quando comecei a namorar decidi que a minha família iria ser muito maior pois uma relação também é isso, é aceitar a família do companheiro como sendo tua e assim fiz. Com isto reparei que as pessoas com quem cresci não aceitavam a minha nova forma de viver ou melhor a nova família que tinha acabado de adoptar. Começaram a julgar e a criticar mas à nossa frente estavam muito felizes e aceitavam muito bem a nossa relação.
É impossível viver assim, eu pelo menos não consigo. Se eu não gosto não consigo disfarçar mas tudo isto me ajudou a abrir mais a minha mente.
Fui muito bem recebida na família do John e por isso o meu carinho e amor que ainda sinto. Se somos perfeitos? Não, pois cada um de nós tem as suas personalidades mas aceitamo-nos uns aos outros.
Reparei que muitas vezes as pessoas de fora, como por exemplo amigos, conseguem nos proporcionar um ambiente familiar que as outras pessoas dita família não conseguem.
Então apercebi-me que pudemos ter vários tipos de familiares: os de sangue, os adoptados e os amigos. E cada um é responsável de criar uma relação saudável. Não discrimino nenhuma das minhas famílias mas confesso que há pessoas que me conquistam mais do que outras e posso dizer que são mais as pessoas que não são do meu sangue do que as pessoas com quem cresci.
Não nos pudemos esquecer que ao fim de estarmos casados ou união de facto, criamos a nossa própria família e essa é a nossa família principal, a que nos temos que preocupar. As outras só têm que aceitar a nossa forma de viver e acompanhar a nossa felicidade. Nem sempre se consegue mas vale a pena ver o esforço.
Estou muito feliz com a família que criei e não me arrependo de nada. Estou satisfeita com a família que adoptei (a do John) e com os nossos amigos.
Nem toda a gente compreende isso e por isso sou um pouco acusada de me esquecer da minha "verdadeira família". Eu não me esqueço das minhas origens mas cada um é responsável pelas suas atitudes e eu só estou com quem me sinto bem. Se isso magoa? Pode magoar mas estou cansada de agradar aos outros e quando chega a parte dos outros me agradarem a mim isso não acontece.
Se me derem amor, carinho e compreensão vou-me sentir feliz e terei muita vontade de partilhar momentos com essas pessoas, caso contrário quanto menos tempo passarmos melhor.
Para mim, família resume-se a isto... 

Imagem retirada de: https://www.amazon.es/Familia-escritura-estilo-familia-pegatinas/dp/B00IH46FGE

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